sábado, 30 de novembro de 2013

COLOCANDO OS “PINGOS NOS IS” - 2

(Uma conversa entre a Crase, o Ponto de Interrogação e o Acento Agudo)

Crase – (Chegando) E aí, Ponto de Interrogação...  Beleza?
Interrogação – Como é que tá, Crase?
Crase – Tô Crase bom! Mas você me chamou aqui na penúltima página por quê? É algum problema? O quê que tá pegando? Você quer falar o quê comigo, Interrogação?
Interrogação – Não me interroga não! Calma que eu explico!
Crase – Você me liga, diz que precisa falar comigo e desliga... Aí ficou uma Interrogação no ar!
Interrogação – Eu não fiquei no ar não, Crase!
Crase – Mas eu quase caí pra trás!
Interrogação – Crase já nasce caída pra trás!
Crase - Fala o que é!
Interrogação – É sobre o Acento Agudo... Ele tá mal...
Crase – O Acento Agudo tá doente? É grave?
Interrogação – É agudo!
Crase – Eu sei que é o Acento Agudo!
Interrogação – Eu to falando que o problema dele é agudo!
Crase – Cirrose?
Interrogação – Coração!
Crase – Ele enfartou?
Interrogação – Não... Apaixonou!
Crase – Ele tá doente de amor, Interrogação?
Interrogação – Isso mesmo, Crase!
Crase – E ele tá mal?
Interrogação – Tá na capa!
Crase – Sério?
Interrogação – Ele tá lá na capa do livro, conversando com as Aspas!
Crase – As Aspas estão lá na capa? Fazendo o quê?
Interrogação – Cercando o título do livro!
Crase – Disfarça... O Acento Agudo tá chegando...
Agudo – (Chegando) Boa tarde Crase... Boa tarde Interrogação...
Interrogação – Grande Acento Agudo...
Crase – Onde é que você tava Agudão?
Agudo – Eu tava lá na capa, acentuando umas idéias com as Aspas...
Interrogação – Eu passei lá na página 83 e me perguntaram de você!
Agudo – Mas por que perguntaram de mim, logo pra você?
Interrogação – Interrogação é comigo mesmo, né!
Agudo – Quem perguntou de mim?
Interrogação – Os Ditongos Abertos das Paroxítonas!
Agudo – Eu já falei com os Ditongos que com a reforma ortográfica eu fiquei proibido de acentuar as Paroxítonas!
Crase – Então eles cometeram um Hiato falho!
Agudo – E eu to puto com essa reforma ortográfica!
Crase – Senta aqui Acento Agudo, vamos parafrasear! Por que você tá puto com a reforma ortográfica?
Agudo – Por que ela acabou comigo!
Crase – Você tá exagerando Acento Agudo! A reforma ortográfica tirou você das Paroxítonas, mas não acabou com você não, você ainda existe!
Agudo – Não acabou comigo Crase, mas acabou com meu grande amor!
Interrogação – Quem é seu grande amor?
Agudo – Trema!
Interrogação – O Trema? Você tava apaixonado pelo Trema? Então você e o Trema são... Homossintáticos sexuais?
Agudo – Imbecil!       
Crase – Foi só uma Interrogação, Acento Agudo!
Agudo – Interrogação idiota!
Interrogação – Eu sou idiota por quê?
Agudo – Por que vocês sabem que eu sou espada, sou inflexível, eu sou um Acento Agudo!
Crase – Interrogação!
Interrogação – Tô aqui!
Crase – Eu to dizendo que eu tenho uma Interrogação a fazer para o Acento Agudo!
Agudo – Pergunta logo!
Crase – Você “senta” Agudo?
Agudo – Eu sento é a mão na sua cara, Crase!
Crase – Sem estresse Agudão! Tudo bem se você gosta do Trem, quer dizer, do Trema...
Agudo – Do Trema não, da Trema!
Interrogação – É “ô” Trema, no masculino!
Agudo – Cala a boca! Você já tá passando do ponto, Interrogação!
Crase – Você vai me desculpar Acento Agudo, mas o “Trema” é uma palavra masculina! Sério! Palavra de homem!
Agudo – Mas que saco hein, Crase!
Interrogação – Por falar nisso, o Trema tem duas bolinhas!
Agudo – Duas bolinhas não, a Trema são Dois Pontos!
Crase – Nós não estamos falando dos Dois Pontos, estamos falando do Trema!
Agudo – Do Trema não, “da” Trema, que são Dois Pontos na horizontal!
Interrogação – Não teima!
Crase – O Trema é um nome masculino!
Agudo – O nome pode ser masculino, mas isso não tem nada a ver!
Crase – Isso tem tudo a ver!
Agudo – Ah é, Crase? Então você é feminino!
Interrogação – Você também é homossintático sexual, Crase? O seu Ditongo é Aberto também?
Crase – Que Interrogação mais idiota! Eu sou macho masculino!
Agudo – Mas “Crase” é um nome feminino!
Interrogação – É mesmo, Crase! E você sempre teve uma caída pra trás!
Crase - Quer saber? Vamos parar por aqui! Esse assunto já é página virada!
   
(Caju)                      



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O CORPO FALA

Após um longo e cansativo dia, finalmente, chego em casa!
Tomo um banho, janto... Ligo a televisão e apago no sofá!
Mas enquanto eu descanso o esqueleto, todo o resto do meu corpo se desperta com uma notícia ruim: O intestino estava preso!
Órgãos, membros, veias, artérias, cartilagens, músculos, enfim, todos queriam saber mais detalhes sobre o que tinha acontecido!
Começou assim, um blablabla sem fim, dentro de mim!

Orelha – Ouvi dizer que o intestino está preso! Alguém sabe se é verdade? Por que agora eu tô com a pulga atrás... de mim!
Rosto – Eu fiquei de “cara”! Mas de onde veio essa notícia?
Costas – Eu senti até um frio na espinha quando escutei esse boato! Deu o maior “bafão”!
Pulmão – Se deu o maior “bafão”, só pode ter vindo da boca!
Boca – Não enche, pulmão! Eu falei sim, que o intestino tá preso, mas esse “bafão” partiu do estômago!
Estômago – Lava essa boca pra falar de mim!
Nariz – Calma gente! Respira...
Boca – Fica na sua! Não mete o nariz onde não é chamado!
Nariz – E você dobra essa língua pra falar comigo!
Língua – Não pensa que vocês vão me dobrar não! Eu quero saber se o intestino tá preso ou não!
Amígdala 1 – Não sei, mas se ele estiver preso, não vai ser nenhuma novidade, por que ele só faz cagada!
Amígdala 2 – E ele é muito mal educado! Eu acho o intestino “grosso”! 
Garganta – Vocês são “amígdalas da onça”! Não servem pra nada!
Amígdala 1 – Colé?! Tá “tirando” a gente?
Garganta – Bem que eu queria tirar vocês! Para mim seria um alívio! Não suporto mais vocês duas! Tá difícil de engolir!
Amígdala 2 – Então tira o olho!
Olho – Tirar eu por quê? Vocês duas não se enxergam não?
Nervo – Eu já to ficando nervoso com essa discussão!
Veia – Meu sangue já esquentou também!
Sangue – Claro! Aqui não tem sangue de barata não!
– Fica frio “sangue bom”...
Sangue – Fica na sua, “pé frio”!
– Vai pegar no meu pé agora?!
Testículo – Isso aqui tá um saco!
Cotovelo – Afinal de contas, o intestino tá preso ou não?
Umbigo – Não sei e nem quero saber!
Cotovelo – Você acha que o mundo gira em torno de você, umbigo?
Umbigo – Você fala pelos cotovelos!
Cotovelo – Eu falo por mim mesmo!
Olho – Já vi tudo!
Orelha – Por favor, pessoal, vamos manter a calma e pôr a mão na consciência!
Consciência – Não vem pôr a mão em mim não!
Orelha – Numa boa, eu to falando de coração...
Coração – Tá falando o quê de mim?
Rim – Na verdade, a gente tava falando do intestino!
Coração – O que aconteceu com o intestino?
Rim – Estão dizendo que ele tá preso!
Coração – Era só o que faltava! Mais essa bomba!
Bunda – Por falar em bomba, você tá musculoso, hein coração!
Coração – Se você não sabe, eu sou um músculo!
Bunda – E você tá bombando?
Coração – Claro! Se eu parar de bombar, todo mundo aqui morre!
E se me olhar com essa cara de bunda, eu vou bater mais forte!
Bunda – E se você não parar de olhar pra minha... pra mim, eu vou acabar fazendo merda!
Coração – Vai peidar n’água pra fazer borbolha!
Rim – A barriga tá chorando!
Pulmão – Ela tá chorando de barriga cheia!
Estômago – Só se for cheia de ar, por que eu to vazio!
Rim – Não enche, pulmão!
Pulmão – Eu vou respirar fundo e contar até dez, pra não mandar você tomar naquele lugar...
Fígado – Cuidado com o rim, por que ele tá com uma pedra!
Rim – E é pedra grande!
Pulmão - Se você me jogar pedra, eu te parto em dois!
Fígado – Mas os rins já são dois!
Barriga – Fica calado vocês dois! Eu Já to cheia!
Estômago – Mas cheia de quê, se eu sou o estômago, tô dentro de você e tô vazio?
Barriga – Mas o intestino também tá dentro de mim! E na verdade, é ele que tá cheio!
Olho – Ele tá cheio ou tá preso?
Barriga – Se ele tá preso, é claro que ele tá cheio!
Bunda - Abre o olho!
Olho – Você é que tem que se abrir, e deixar o intestino descarregar!
Nariz – A coisa vai feder!
Barriga – Vai mesmo, por que além do intestino, tem muitos gases presos aqui dentro!
Nariz – Se os gases estão presos, não tem problema! Minha preocupação é quando esses gases saírem!
Fígado – Ainda mais que eu tô aqui do lado e sempre tem álcool passando por mim! Gases e álcool é uma combinação explosiva!

Resultado: Do jeito que eu dormi, eu acordei, esparramado no sofá! Meu corpo estava moído, arrebentado! Mas fui trabalha, depois de um bom banho, claro!

(Caju) 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Luiz Eduardo Schechtel – DUDU

Ontem (18/11/2013) foi aniversário desse cara!
Quando esse cara me conheceu, em 1997, ele já era sucesso absoluto no rádio com o Graffite!
Na época, eu escrevia e apresentava o programa humorístico Rádio Amador, na extinta 107FM (a Rádio do Rock)!
E um dia eu tive a sorte desse cara sintonizar no meu programa e ouvir as besteiras que eu criava!
Sorte por quê? Por que ele é um dos caras que mais entende de rádio! Sua história de amor com o rádio é tão linda quanto triste!
A começar pelo começo, quando seu padrasto o expulsou de casa e ele, ainda garoto, saiu sem ter para onde ir, só com um colchão fino enrolado nas costas!
Mas Deus abre caminhos, e esse cara foi em direção à extinta rádio Terra, onde trabalhava de madrugada colocando músicas!
E o que era o seu local de trabalho, passou a ser também o seu lar, por que foi no chão do estúdio que esse cara esticou seu colchão, dormindo ali por vários dias!
A história desse cara é longa e maravilhosa! Quem sabe um dia eu conto tudo ao escrever sua biografia... Se ele autorizar!
Na verdade o problema não é ele me dar a autorização, a questão é saber se eu tenho capacidade e competência para contar uma das histórias mais bonitas que eu conheço sobre a vida de alguém!
Eu tive mais que sorte, eu tive a honra desse cara ir com a minha cara, por que depois dele ouvir o meu programa no rádio, ele quis me conhecer e insistiu comigo durante um bom tempo para que eu fosse trabalhar com ele! Isso foi em 1997! Eu, cabeça dura, resistia em aceitar o convite! Até que no ano de 2000, o Graffite recebeu uma proposta para reestrear na rádio Transamérica!
Novamente esse cara me chamou para se juntar ao trio que até então apresentava o Graffite, formado por ele, Rodrigo Rodrigues e Totonho! E felizmente, eu resolvi aceitar o convite!
E lá fui eu! E foi lá que eu conheci aquele que até hoje divide a cena comigo! Foi lá que surgiu a dupla: Caju e Totonho!
Essa é só uma das coisas que esse cara me proporcionou!
Outro exemplo de amizade e consideração que esse cara me deu, foi ter me convidado, entre tantos e tantos amigos que ele tem, para ser seu padrinho de casamento! Quanta honra!
São muitos os motivos que me levam a dedicar esse espaço do meu blog para parabenizar e agradecer a esse cara que... É o CARA!
Parabéns Dudu, meu irmão!



(Caju)

domingo, 10 de novembro de 2013

                                                                            
   COLOCANDO OS “PINGOS NOS IS” - 1

(Uma conversa entre o Travessão, a Vírgula e o Ponto Final)


Travessão (Chegando) – Boa tarde! Demorei mas cheguei...
Vírgula – Como sempre atrasado né, Travessão!
Travessão – É claro né, Vírgula, quem manda vocês marcarem reunião num lugar tão longe assim!?
Ponto Final – Nós marcamos a reunião aqui na página 70, por que fica mais central pra todo mundo!
Travessão – Pra todo mundo não senhor, Ponto Final, por que eu estava lá atrás na página 3, que fica a 15 capítulos daqui! Custei a chegar!
Ponto Final – Chega de discutir, Travessão! Agora cala a boca!
Travessão – Cala a boca, Vírgula!
Vírgula – Eu? Mas eu não to falando nada!
Ponto Final – Dois pontos!
Vírgula – Dois pontos pra mim? Oba, então tá 2 x 0 pra mim!
Ponto Final – Não é nada disso! Eu quero saber por que os Dois Pontos ainda não chegou!
Travessão – Eu tenho uma interrogação pra fazer! Isso é uma reunião ou um jogo?
Ponto Final – É uma reunião! E por falar em Interrogação, cadê o Ponto de Interrogação que também não chegou até agora?
Vírgula – Boa pergunta Ponto Final!
Travessão – Alguém viu os 3 pontinhos?
Vírgula – Eu vi Travessão! Eles estão brincando lá embaixo no rodapé da página! É melhor deixar eles quietos lá pra não perturbar a nossa reunião!
Ponto Final – Pelo jeito, a reunião vai ser só com nós três mesmo!
Travessão – Nós três não, só com nós dois!
Vírgula – Só com vocês dois? E eu? Não conta não?
Ponto Final – Também não entendi! Aqui somos três: Vírgula, Travessão e eu, Ponto Final!
Travessão – Ponto Final não senhor! Você e a Vírgula estão sentados um do lado do outro, aí vira Ponto e Vírgula! Então aqui somos dois, o Travessão, que sou eu, e o Ponto e Vírgula, que é vocês dois juntos!
Ponto Final – Então sai de perto de mim Vírgula! Senta do outro lado da mesa!
Vírgula – Posso fazer um Parêntese?
Travessão – Pode ué, o parente é seu! Mas que parente seu você tá querendo fazer?
Ponto Final – Aposto que esse parente é uma prima que ele tá querendo fazer!
Vírgula – Seu Asterisco que é prima minha, falô! Me respeita! E vamos começar logo essa reunião!
Travessão – Começa com quem?
Ponto Final – Começa sempre com o Parágrafo, mas ele não veio! Você pode começar Travessão!
Travessão – Você pode começar, Vírgula!        
Vírgula – Eu não! Ponto Final!                            
Ponto Final – Eu também não quero começar não!    
Travessão – Então eu vou colocar um Ponto Final!
Ponto Final – Vai colocar em mim porcaria nenhuma, Travessão! Vem que eu atravesso você!
Travessão – Então vem! Eu é que vou colocar um Ponto Final em você!
Vírgula – Calma gente! Será que agora eu vou ter que separar briguinha de marmanjo?
Ponto Final – Fica na sua, Vírgula! Sua função é separar frase, e aqui o papo é reto!
Travessão – Não entra no meio não, Vírgula!
Vírgula – Mas Vírgula entra sempre no meio! Por acaso você já viu alguma frase começar ou terminar com Vírgula?
Ponto Final – Aqui o contexto é outro! E foi o Travessão que começou!
Travessão – Claro! Travessão sempre começa um texto!
Ponto Final – Então porque você não quis começar a reunião?
Travessão – Aqui o contexto é outro...
Vírgula – Chegaaaa!!!! Ponto Final, faz um favor pra mim?
Ponto Final – Se eu puder, eu faço!
Vírgula – Você pode! Só você pode fazer o que eu vou te pedir!
Ponto Final – Fala...
Vírgula – Põe um ponto final nessa discussão e acaba com essa briga! As letras aqui da página 70 já estão todas amontoadas, uma em cima da outra, só pra ver o que tá acontecendo!
Ponto Final – Tá bom, tá bom...
Travessão - Então, está encerrada a briga, a discussão e a reunião... que nem teve! 

(Caju)


domingo, 3 de novembro de 2013

BONZINHO...


Eu não sou bonzinho! Não me chame de bonzinho!
Jamais use esse termo para se referir a mim!
Não vou admitir tamanha ofensa!
“Bonzinho” é aquele que é quase bom, mas não é bom, é “bonzinho”!
Não é nem mais, nem menos, é um mais ou menos!
Não é oito nem oitenta, é um simpático zero à esquerda!
Não é quente nem frio, é morno!
Não é preto nem branco, é amarelo!
A palavra: “bonzinho”, é um insulto disfarçado de elogio, é um adjetivo pejorativo, é o diminutivo de “bom”, ou seja, fulano é mediocremente “bonzinho”!
Se não alcancei o status de “bom”, que eu seja considerado “mau”, mas “bonzinho” não!



(Caju)