sexta-feira, 27 de setembro de 2013

 
ACORDA!

Um pesadelo só termina quando você acorda!
É preciso despertar, abrir os olhos e colocar os pés no chão para sentir o alívio de estar de volta à realidade!
Pesadelos só aparecem para os que dormem!
Não se entregue ao sono, levante!
Você tem um compromisso muito importante: Com você mesmo!
Não se atrase! Não te deixe esperando! Você precisa da sua atenção! Vá ao seu encontro!
Deixe o passado para trás, a preguiça de lado, e siga em frente!
Vá! Dê uma volta, passeie dentro de si! Descubra-se!
Você conhece tão bem os outros, mas não sabe nada sobre si mesmo!
Não se ignore! Dê ouvidos aos anseios de sua alma, aos reclames de seu espírito!
Não tenha medo desse desconhecido que é você!
Não se acovarde! Não fuja de si!          
Quem finge de morto, finge viver!
Não se faça de vítima e nem tenha dó de si, por que se alguém prepara armadilhas para você, esse alguém é você mesmo!
Seja honesto contigo e não culpe os outros pelo que te acontece!
E se sua vida dá um livro, seja romance, comédia, um drama ou tragédia, o autor da história é você!
A vida não é um jogo pra se assistir de arquibancada!
Ficar torcendo para que as coisas deem certo, é confiar no acaso, é contar com a sorte!
É preciso entrar em campo, suar a camisa, driblar as adversidades! Só assim se conquista um objetivo!
Claro, não se ganha sempre, derrotas fazem parte!
Tente enxergar em cada crítica, observação ou correção que seu comportamento mereça a oportunidade de melhorá-lo!
Olhe-se no espelho, se enxergue, se reconheça!
Não tenha preguiça de começar um novo dia!
Quando se perde tempo, é vida que se está perdendo!

ACORDA!


(Caju)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A COZINHA

Era um feriado. A família toda tinha ido para o sítio. Com portas e janelas trancadas, a casa tinha como hóspede, apenas o silêncio. Foi então que, em plena madrugada, a panela destampou a falar. Reclamava por ter sido deixada suja, sobre o fogão. O fogão acordou assustado, se acendeu com aquele falatório e resolveu abrir a boca também, ou melhor, suas 4 bocas! Começou a discussão! O forno esquentou! O garfo não deu colher de chá e aproveitou para dar suas espetadas! A faca quis cortar o assunto, mas o leite já tinha entornado! A chapa estava esquentando!  Sem entender nada, a panela de pressão, impressionada, começou a apitar, querendo pôr ordem naquela bagunça! A lavadora não se incomodou, afinal, roupa suja se lava em casa. O palito de fósforo até que tentou, mas foi riscado da conversa e ficou de cabeça quente. O botijão de gás queria explodir, mas preferiu vazar. A torneira estava pingando de sono e a pia não deu um pio. Tentando acalmar os ânimos, a panela velha fez comida boa e o bule ofereceu um chá. A batedeira gostava daquele bate-boca. Todos falavam ao mesmo tempo. A travessa atravessou o assunto. A geladeira se manteve fria. O forno, apesar de micro, tirava onda. A tábua de bater carne, cansada de apanhar, deslizou pelo escorredor de prato e entrou no armário. Deram asinha para a xícara e ela não deu colher de sopa; começou logo a fofocar, entregando de bandeja, algumas intimidades do pires, que pirou. O exaustor já estava exausto com tudo aquilo e a cafeteira estava a todo vapor. O caos estava instalado! Um não escutava o outro; todos falavam pelos cotovelos do encanamento e ninguém filtrava nada; com exceção do filtro de barro. A louça estava uma pilha. A confusão só parou quando o dia amanheceu. E no frigir dos ovos, se fosse bater tudo no liquidificador, aquele bate-boca só serviu para gastar energia à toa! Fizeram enchente num copo d’água e no final das contas, foi tudo pelo ralo. Melhor assim, por que a cozinha voltou a ser, o melhor lugar da casa.  


(Caju)

A SALA DA CASA


Na calada da noite, enquanto a família dormia, a mobília da sala cochichava cautelosamente. O sofá, com o pé quebrado, reclamava de dor! Suas amantes, as duas poltronas, não saíam do seu lado! A velha mesa de estar, já não estava lá essas coisas e as cadeiras, também idosas, já estavam descadeiradas, de pernas bambas. No canto da sala, o “Puf” estava murcho, de baixo-astral. O tapete, estirado no chão, não agüentava mais ser pisado por todos. Íntimas, uma da outra, a janela se abriu para a cortina, que ficou agitada. Acostumada, em outros tempos, a ser o centro das atenções, a mesinha de centro ficava agora num canto. Todos se queixavam de algum problema. O clima estava pesado. A cadeira de balanço achava que era um “encosto”. O quadro estava pregado, cansado de ser prensado contra a parede. A televisão, de tanto dar notícia da vida alheia, acabou queimando sua imagem. A antena, descolada, sumiu sem dar sinal. O vídeo-cassete queimou o filme quando travou uma briga com o recém-chegado DVD e desde então, passou a carregar esse peso nas costas. Ninguém percebeu, mas bateram na porta da sala e ela, sempre tão receptiva, ficou triste e não quis se abrir para ninguém; trancou-se a sete chaves, ou melhor, a tetra-chave. O olho mágico viu tudo, mas não pôde fazer nada. De tanto pegar o sol forte da tarde, a parede começou a descascar. Pior era a situação do teto que, além de ter sido rebaixado, tinha sua privacidade invadida pela infiltração, sempre que chovia. O pomposo lustre já não brilhava, vivia apagado. O velho relógio de parede não despertava mais tanta atenção. Ninguém lhe dava corda. Na verdade, todos os móveis estavam estagnados, imóveis, cheios de problemas, à espera de uma luz. Com o amanhecer do dia, vieram os primeiros raios de sol iluminando toda a sala. E antes que a família acordasse, a mobília se recompôs, afinal, sempre chega uma visita fora de hora. E tal visita seria recebida ali, onde alguém da casa ficaria fazendo sala.




Caju
O QUARTO


O casal entrou no quarto. Ele fechou a porta, ela apagou a luz e eles foram para cama. Estavam doidinhos para... dormir.
Não demorou muito e cumpriram seu propósito. Dormiram.
Assim que ela virou para o lado e ele começou a roncar, o ventilador de teto deu o ar da graça e começou a ventilar fofocas sobre o casal.
O velho livro de cabeceira, cheio de orelha, queria ouvir tudo.
O ar condicionado ficou gelado, não tava no clima para fofocas e tinha medo que ela e ele acordassem com aquele burburinho. Os dois travesseiros também sentiam o peso da consciência... do casal que dormia! Já o estrado da cama, adorava sentir o peso daquele coxão sobre ele! O colchão reclamou: “Que papo é esse? Sai fora estrado”! “Você que podia sair fora colchão! Eu to falando é do coxão dessa mulher que tá dormindo aqui em cima, e você está entre eu e ela! E outra, se eu sair fora você cai”. O colchão retrucou: “Cai na real estrado, você acha que ela vai deixar de dormir num colchão macio pra dormir num pau duro?”! O estrado respondeu num estalo: “Ela gooosta”!
O criado ficou mudo. O abajur, como sempre desligado, já tinha apagado antes mesmo do casal se deitar.
O edredom, grosso como sempre, falou para o ventilador de teto parar de ficar dando volta e contar logo as fofocas que sabia!
O ventilador de teto provocou: “Qual é a sua edredom?! Pior é você que tem dupla face”!
O cobertor esquentou: “Pior sou eu que to na mão de ladrões”!
O lençol, sempre muito fino, se preocupou: “Você está nas mãos de ladrões, cobertor?”. “To nas mãos e no corpo todo!”. “Quem são esses ladrões?”. “É esse casal que tá dormindo! Cada hora é um que rouba o cobertor, aí eu fico pra lá e prá cá a noite toda e no final eles me jogam no chão”!
A cama resmungou: “Sacanagem é o que eles fazem comigo, aliás, sacanagem é o que eles fazem em cima de mim! Eu fico até rangendo”.
O cabide saiu do armário só com uma camisa. A cômoda ficou incomodada, achou ridículo. A fronha achou baba.
Para evitar maiores problemas, o despertador despertou, o casal acordou e todos se calaram para assistir a mais uma sessão de amor!      


(Caju)
A FAÍSCA DE 20 CENTAVOS

(Crônica escrita em 20/06/13 sobre as manifestações)

A nossa moeda nunca esteve tão valorizada!
Hoje, com 20 centavos, se faz uma revolução!
A nascente dessa onda de manifestações que inundou o país está nos 20 centavos de aumento da passagem de ônibus em São Paulo! Isso foi a gota d’água, o pontapé inicial para os cidadãos do país do futebol vestirem a camisa da indignação e chutarem o balde!
Chega de ficar assistindo da arquibancada esse jogo sujo, onde o brasileiro é sempre driblado e colocado pra escanteio!
Chega de jogadas desleais, de sofrer tanta falta!
Falta de respeito, falta de ética, de justiça, de saúde, educação!  
Como em todo jogo, não é sempre que se ganha, perder faz parte! Mas perder sempre? Tem coisa errada! Tem muita coisa errada! Chega de ser roubado! Chega de juiz ladrão!
O povo, cansado de ficar só na torcida, resolveu entrar em campo e saiu às ruas disposto a virar esse jogo!
A convocação foi feita através das redes sociais!
Formou-se uma grande equipe que se espalhou pelos estados do país da Copa! Um time de estudantes, de trabalhadores, profissionais de todas as áreas, um time de brasileiros! Jogadores anônimos atuando em diferentes posições: Direita, esquerda... Mas no meio, infelizmente, tem aqueles que não jogam para o time, pelo contrário, jogam contra o patrimônio! É uma minoria que não sabe se posicionar e acaba fazendo gol contra, pondo em risco toda a campanha rumo a essa conquista tão importante!
Começou a Copa das Confederações e a seleção brasileira, até então,
desacreditada, está surpreendendo em campo! Mas surpreendente mesmo está sendo a mobilização do povo nas ruas, manifestando a sua descrença nos que estão no comando da nação!  
Se o circo tá pegando fogo, a culpa é desses palhaços que queimam o dinheiro público!
20 centavos! Essa foi apenas a faísca que acendeu a população para protestar sobre questões ainda mais inflamáveis!
O Brasil é o país do futebol, do carnaval, de um povo alegre, mas que não é bobo!
Ano que vem a Copa do Mundo no Brasil promete! Mas de promessa o povo já tá cheio!
A gente paga pra ver! Não só a construção de novos estádios! A gente paga pra ver a construção de um novo Brasil!
E peço licença à rádio Band News FM, cujo slogan é: “Em 20 minutos, tudo pode mudar”, para terminar esse texto fazendo um trocadilho!
Com 20 centavos, tudo pode mudar”!



(Caju)

Estou inaugurando o meu blog, o "Blog do Caju"!
Uma inauguração simples, sem champanhe, sem coquetel... sem paciência e sem saco!
Putz! Eu mal comecei a escrever e já causei uma má impressão! Mas não ache que sou chato! Tenha certeza! Eu sou chato! 
Essa é uma das poucas qualidades que tenho!
É qualidade sim! Por que tem a chatice burra, sem razão de ser, cuja origem está no DNA da pessoa, ela nasce chata! 
Mas tem a chatice fundamentada, verossímil, que pode ser provocada pelo meio social, pelo ambiente familiar, profissional, enfim, pelas relações interpessoais! 
O primeiro sintoma é uma leve preguiça das coisas e das pessoas. Em seguida vem a falta de paciência.
Independentemente do sexo, a pessoa fica sem saco.


Pronto! Começam a achar ela chata quando ela começa a achar tudo chato!
Por falar nisso, esse papo tá muito chato! 
Depois eu volto, você eu duvido que volte!

Inté!