terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O OLHAR DE POLIANA

No dia 26 de julho deste ano, assim que eu cheguei na Rádio 98FM para fazer o programa “Graffite”, vieram me avisar que depois do programa, nós apresentadores, iríamos visitar uma pessoa.
Naquele dia eu estava mais mal humorado que de costume e questionei: “Visitar quem? Eu quero ir daqui direto pra casa!”.
Foi então que me explicaram do que se tratava.
A direção do Hospital Luxemburgo havia ligado para a rádio dizendo que tinha uma paciente internada lá já há algum tempo e, segundo os médicos, ela tinha uma expectativa baixa de vida.
A paciente se chamava Poliana, uma jovem de 15 anos que lutava contra um câncer que tinha nos ossos.
Ao ser perguntada pelos médicos sobre quais eram as três coisas que ela mais gostava na vida, ela respondeu: “O Cruzeiro, Chocolate e o programa Graffite”.
Por isso a direção do hospital resolveu nos telefonar para saber se havia a possibilidade de irmos até lá para fazer uma visita surpresa à Poliana.
Aquilo nos comoveu muito e nada justificaria uma recusa nossa em aceitar tal convite. Pelo contrário, nos sentimos honrados.
Antes de sair da rádio eu estava demasiadamente abalado, chorava, enfim, não estava preparado para encarar aquela situação. Mas eu não podia me acovardar diante de uma causa tão nobre!
Terminado o programa lá fomos nós, eu, Dudu, Magela, Rodrigo Rodrigues e Rafael Mazzi, rumo ao Hospital Luxemburgo, levando uma caixa enorme cheia de chocolates, três camisas do Cruzeiro, um rádio com fone de ouvido, um grande urso de pelúcia e muita energia positiva. Foi assim, de surpresa, sem dó nem piedade, que invadimos o quarto do hospital onde a Poliana estava!
Ela nos olhou admirada, enquanto eu admirava seu olhar! Um olhar forte, vívido, destemido! Um olhar que enxergava além daquilo que se vê! Um olhar que eu nunca vi igual!
Fiquei impressionado com a valentia e coragem que aquela garota de 15 anos tinha para enfrentar o pesadelo de sua realidade!
Nossa visita foi numa sexta-feira, no domingo ela faria 16 anos e na segunda-feira ela teria sua perna esquerda amputada!
Ciente de tudo, Poliana encarava o futuro de frente, sem olhar para trás, sem abaixar a cabeça, sem olhar para o chão!
Via-se em seu olhar, uma força inabalável!
Quando saímos do hospital, eu voltei pra casa com a certeza de que precisava voltar a falar com ela, voltar a vê-la! E foi o que fiz!
No domingo telefonei para dar os parabéns pelo seu aniversário e na segunda-feira liguei para saber como tinha sido a cirurgia.
Quem atendeu o celular foi a Cida, mãe da Poliana, uma guerreira, exemplo de amor e dedicação incondicional à filha!
Desde então, eu, Cida e Poliana passamos a nos falar com frequência, tanto pelo celular como pessoalmente, nas vezes em que eu ia visitá-la no hospital!
Até que ontem pela manhã meu telefone tocou e ao atendê-lo, ouvi do outro lado uma voz que mal falava, era Cida que chorando me disse: “Caju... perdi minha filhinha... e estou te ligando por que ela gostava muito de você”.
Ao ouvir aquilo, a tristeza se apoderou de mim e a primeira coisa que me veio à cabeça foi a lembrança do olhar de Poliana, agora oculto sob seus olhos cerrados.
Muita força a todos os familiares, amigos e principalmente à Cida.
E à Poliana o meu muito obrigado pela lição de força e coragem.







quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

THIAGO

Já se passaram uns dez anos e não me esqueço daquele dia!
Eu tinha viajado para o interior de São Paulo para te ver competir em mais uma prova dos três tambores, montando a “Gatona”, aquela égua enorme, linda... e brava, muito brava!
Entre os peões, a “Gatona” tinha a fama de ser uma égua indomável, tanto que nenhum marmanjo se atrevia a montar nela, muito menos para competir!
Só uma pessoa, um garoto, uma criança, era capaz de realizar tal proeza: Você!
E lá estava eu no meio do público, admirado e com o coração na boca ao ver o meu filhote em cima daquela égua de temperamento tão difícil!
Lembro quando todos os competidores entraram com seus cavalos para fazerem o reconhecimento da pista onde seria disputada a prova! Todos, menos você! Por que a “Gatona” era tão brava que era preciso esperar os outros cavalos saírem para você entrar com ela e fazer o reconhecimento da pista!
E quando os outros competidores saíram e você, um “cisco” de gente, entrou na pista montando a “Gatona”, um fazendeiro, criador de cavalos, que estava sentado à minha frente, disse em alto e bom som: “Esse menino merece um troféu só por conseguir montar nessa égua! Ninguém, além desse garoto, consegue fazer isso!”.
Orgulhoso e emocionado, abaixei a cabeça e chorei... feliz.
O que me comoveu foi ver que você, criança ainda, o mais novo entre os competidores, já era reconhecido e respeitado pelo talento, coragem e destreza para lidar com um animal de tamanho porte.
Mas você não precisava ganhar nenhum troféu só por conseguir montar na “Gatona”, por que desde os seus cinco anos de idade, além de conseguir montar nela, você já vinha ganhando vários troféus nas competições em que disputava!
Naquele dia mesmo, você voltou pra casa com mais um troféu!
Hoje, no seu quarto, só se vê medalhas e troféus por todos os lados! Quem entra logo percebe: “Esse é o quarto de um campeão”!
Bom, eu só relembrei essa história por que você acaba de se formar no 2º grau e o desafio agora é entrar para a universidade!
Mas desafio é com você mesmo! Não é à toa que você já avisou: “Quero entrar numa universidade pública!”.
Assim é você meu filho, determinado, dedicado, sem buscar atalhos, sem fazer as coisas pela metade, correndo contra o tempo e superando os obstáculos!
E assim sou eu, seu amigo, seu pai, seu palhaço, mas antes de tudo, seu fã número 1! Te amo filho!



(Caju)

sábado, 14 de dezembro de 2013

Wilson Sideral - Making Of - "Dias Claros"



Como tudo começou! Eu não imaginava que essa letra minha iria fazer tanto sucesso na voz de Sideral! Valeu irmão!

Para relembrar: Fugindo De Mim - (Letra minha na voz de Sideral)

 

Videoclipe Oficial - Fugindo de Mm - (Letra: Caju - Composição: Sideral)














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(Caju)


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

EU MORO EM APARTAMENTO!


Eu sou louco por animais, principalmente cães! Mas louco mesmo eu fico por não poder ter um em casa! Sabe por quê? Por que eu não moro numa casa, eu moro em apartamento e no meu prédio não é permitido ter cachorro! Eu fico mordido de raiva! Acho isso uma cachorrada! Mas tudo bem, eu descarrego o meu carinho nos cães que encontro pelas ruas e lugares aonde vou!

Adoro ouvir uma boa música! E boa música pra mim vai desde Bossa Nova até Rock Pesado! Gosto não se discute! O que eu discuto é não poder escutar, em alto e bom som, a música que eu quero, na hora que eu mais gosto, que é quando estou escrevendo meus textos, ou seja, de madrugada! Mas não posso! Sou proibido de ouvir música dentro da minha própria casa! Sabe por quê? Por que eu não moro numa casa, eu moro em apartamento! Mas tudo bem! No meu carro eu coloco o som no último volume e escuto o que eu quiser!

Não dá para explicar o meu amor pelo Galo! Só quem é atleticano entende! Mas inexplicável mesmo e que ninguém entende, é eu assistir pela televisão o meu Galo balançar a rede e não poder soltar um grito de “goooooollll”! Pô, é o meu time que tá jogando, foi gol do meu time e eu não posso berrar de alegria dentro da minha própria casa? Não, eu não posso berrar, sabe por quê? Por que eu não moro numa casa, eu moro em apartamento!
Mas tudo bem... Não! Tudo bem porcaria nenhuma! Eu quero ter cachorro, quero ouvir música de madrugada e quero gritar bem alto quando o Galo fizer gol!

Eu sei que para viver em sociedade é preciso respeitar algumas regras, mas caramba, não posso ter liberdade para fazer o que eu quiser nem dentro da minha própria casa? Por quê?
Lembrei... É por que eu não moro numa casa, eu moro em apartamento!


(Caju)

sábado, 30 de novembro de 2013

COLOCANDO OS “PINGOS NOS IS” - 2

(Uma conversa entre a Crase, o Ponto de Interrogação e o Acento Agudo)

Crase – (Chegando) E aí, Ponto de Interrogação...  Beleza?
Interrogação – Como é que tá, Crase?
Crase – Tô Crase bom! Mas você me chamou aqui na penúltima página por quê? É algum problema? O quê que tá pegando? Você quer falar o quê comigo, Interrogação?
Interrogação – Não me interroga não! Calma que eu explico!
Crase – Você me liga, diz que precisa falar comigo e desliga... Aí ficou uma Interrogação no ar!
Interrogação – Eu não fiquei no ar não, Crase!
Crase – Mas eu quase caí pra trás!
Interrogação – Crase já nasce caída pra trás!
Crase - Fala o que é!
Interrogação – É sobre o Acento Agudo... Ele tá mal...
Crase – O Acento Agudo tá doente? É grave?
Interrogação – É agudo!
Crase – Eu sei que é o Acento Agudo!
Interrogação – Eu to falando que o problema dele é agudo!
Crase – Cirrose?
Interrogação – Coração!
Crase – Ele enfartou?
Interrogação – Não... Apaixonou!
Crase – Ele tá doente de amor, Interrogação?
Interrogação – Isso mesmo, Crase!
Crase – E ele tá mal?
Interrogação – Tá na capa!
Crase – Sério?
Interrogação – Ele tá lá na capa do livro, conversando com as Aspas!
Crase – As Aspas estão lá na capa? Fazendo o quê?
Interrogação – Cercando o título do livro!
Crase – Disfarça... O Acento Agudo tá chegando...
Agudo – (Chegando) Boa tarde Crase... Boa tarde Interrogação...
Interrogação – Grande Acento Agudo...
Crase – Onde é que você tava Agudão?
Agudo – Eu tava lá na capa, acentuando umas idéias com as Aspas...
Interrogação – Eu passei lá na página 83 e me perguntaram de você!
Agudo – Mas por que perguntaram de mim, logo pra você?
Interrogação – Interrogação é comigo mesmo, né!
Agudo – Quem perguntou de mim?
Interrogação – Os Ditongos Abertos das Paroxítonas!
Agudo – Eu já falei com os Ditongos que com a reforma ortográfica eu fiquei proibido de acentuar as Paroxítonas!
Crase – Então eles cometeram um Hiato falho!
Agudo – E eu to puto com essa reforma ortográfica!
Crase – Senta aqui Acento Agudo, vamos parafrasear! Por que você tá puto com a reforma ortográfica?
Agudo – Por que ela acabou comigo!
Crase – Você tá exagerando Acento Agudo! A reforma ortográfica tirou você das Paroxítonas, mas não acabou com você não, você ainda existe!
Agudo – Não acabou comigo Crase, mas acabou com meu grande amor!
Interrogação – Quem é seu grande amor?
Agudo – Trema!
Interrogação – O Trema? Você tava apaixonado pelo Trema? Então você e o Trema são... Homossintáticos sexuais?
Agudo – Imbecil!       
Crase – Foi só uma Interrogação, Acento Agudo!
Agudo – Interrogação idiota!
Interrogação – Eu sou idiota por quê?
Agudo – Por que vocês sabem que eu sou espada, sou inflexível, eu sou um Acento Agudo!
Crase – Interrogação!
Interrogação – Tô aqui!
Crase – Eu to dizendo que eu tenho uma Interrogação a fazer para o Acento Agudo!
Agudo – Pergunta logo!
Crase – Você “senta” Agudo?
Agudo – Eu sento é a mão na sua cara, Crase!
Crase – Sem estresse Agudão! Tudo bem se você gosta do Trem, quer dizer, do Trema...
Agudo – Do Trema não, da Trema!
Interrogação – É “ô” Trema, no masculino!
Agudo – Cala a boca! Você já tá passando do ponto, Interrogação!
Crase – Você vai me desculpar Acento Agudo, mas o “Trema” é uma palavra masculina! Sério! Palavra de homem!
Agudo – Mas que saco hein, Crase!
Interrogação – Por falar nisso, o Trema tem duas bolinhas!
Agudo – Duas bolinhas não, a Trema são Dois Pontos!
Crase – Nós não estamos falando dos Dois Pontos, estamos falando do Trema!
Agudo – Do Trema não, “da” Trema, que são Dois Pontos na horizontal!
Interrogação – Não teima!
Crase – O Trema é um nome masculino!
Agudo – O nome pode ser masculino, mas isso não tem nada a ver!
Crase – Isso tem tudo a ver!
Agudo – Ah é, Crase? Então você é feminino!
Interrogação – Você também é homossintático sexual, Crase? O seu Ditongo é Aberto também?
Crase – Que Interrogação mais idiota! Eu sou macho masculino!
Agudo – Mas “Crase” é um nome feminino!
Interrogação – É mesmo, Crase! E você sempre teve uma caída pra trás!
Crase - Quer saber? Vamos parar por aqui! Esse assunto já é página virada!
   
(Caju)                      



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O CORPO FALA

Após um longo e cansativo dia, finalmente, chego em casa!
Tomo um banho, janto... Ligo a televisão e apago no sofá!
Mas enquanto eu descanso o esqueleto, todo o resto do meu corpo se desperta com uma notícia ruim: O intestino estava preso!
Órgãos, membros, veias, artérias, cartilagens, músculos, enfim, todos queriam saber mais detalhes sobre o que tinha acontecido!
Começou assim, um blablabla sem fim, dentro de mim!

Orelha – Ouvi dizer que o intestino está preso! Alguém sabe se é verdade? Por que agora eu tô com a pulga atrás... de mim!
Rosto – Eu fiquei de “cara”! Mas de onde veio essa notícia?
Costas – Eu senti até um frio na espinha quando escutei esse boato! Deu o maior “bafão”!
Pulmão – Se deu o maior “bafão”, só pode ter vindo da boca!
Boca – Não enche, pulmão! Eu falei sim, que o intestino tá preso, mas esse “bafão” partiu do estômago!
Estômago – Lava essa boca pra falar de mim!
Nariz – Calma gente! Respira...
Boca – Fica na sua! Não mete o nariz onde não é chamado!
Nariz – E você dobra essa língua pra falar comigo!
Língua – Não pensa que vocês vão me dobrar não! Eu quero saber se o intestino tá preso ou não!
Amígdala 1 – Não sei, mas se ele estiver preso, não vai ser nenhuma novidade, por que ele só faz cagada!
Amígdala 2 – E ele é muito mal educado! Eu acho o intestino “grosso”! 
Garganta – Vocês são “amígdalas da onça”! Não servem pra nada!
Amígdala 1 – Colé?! Tá “tirando” a gente?
Garganta – Bem que eu queria tirar vocês! Para mim seria um alívio! Não suporto mais vocês duas! Tá difícil de engolir!
Amígdala 2 – Então tira o olho!
Olho – Tirar eu por quê? Vocês duas não se enxergam não?
Nervo – Eu já to ficando nervoso com essa discussão!
Veia – Meu sangue já esquentou também!
Sangue – Claro! Aqui não tem sangue de barata não!
– Fica frio “sangue bom”...
Sangue – Fica na sua, “pé frio”!
– Vai pegar no meu pé agora?!
Testículo – Isso aqui tá um saco!
Cotovelo – Afinal de contas, o intestino tá preso ou não?
Umbigo – Não sei e nem quero saber!
Cotovelo – Você acha que o mundo gira em torno de você, umbigo?
Umbigo – Você fala pelos cotovelos!
Cotovelo – Eu falo por mim mesmo!
Olho – Já vi tudo!
Orelha – Por favor, pessoal, vamos manter a calma e pôr a mão na consciência!
Consciência – Não vem pôr a mão em mim não!
Orelha – Numa boa, eu to falando de coração...
Coração – Tá falando o quê de mim?
Rim – Na verdade, a gente tava falando do intestino!
Coração – O que aconteceu com o intestino?
Rim – Estão dizendo que ele tá preso!
Coração – Era só o que faltava! Mais essa bomba!
Bunda – Por falar em bomba, você tá musculoso, hein coração!
Coração – Se você não sabe, eu sou um músculo!
Bunda – E você tá bombando?
Coração – Claro! Se eu parar de bombar, todo mundo aqui morre!
E se me olhar com essa cara de bunda, eu vou bater mais forte!
Bunda – E se você não parar de olhar pra minha... pra mim, eu vou acabar fazendo merda!
Coração – Vai peidar n’água pra fazer borbolha!
Rim – A barriga tá chorando!
Pulmão – Ela tá chorando de barriga cheia!
Estômago – Só se for cheia de ar, por que eu to vazio!
Rim – Não enche, pulmão!
Pulmão – Eu vou respirar fundo e contar até dez, pra não mandar você tomar naquele lugar...
Fígado – Cuidado com o rim, por que ele tá com uma pedra!
Rim – E é pedra grande!
Pulmão - Se você me jogar pedra, eu te parto em dois!
Fígado – Mas os rins já são dois!
Barriga – Fica calado vocês dois! Eu Já to cheia!
Estômago – Mas cheia de quê, se eu sou o estômago, tô dentro de você e tô vazio?
Barriga – Mas o intestino também tá dentro de mim! E na verdade, é ele que tá cheio!
Olho – Ele tá cheio ou tá preso?
Barriga – Se ele tá preso, é claro que ele tá cheio!
Bunda - Abre o olho!
Olho – Você é que tem que se abrir, e deixar o intestino descarregar!
Nariz – A coisa vai feder!
Barriga – Vai mesmo, por que além do intestino, tem muitos gases presos aqui dentro!
Nariz – Se os gases estão presos, não tem problema! Minha preocupação é quando esses gases saírem!
Fígado – Ainda mais que eu tô aqui do lado e sempre tem álcool passando por mim! Gases e álcool é uma combinação explosiva!

Resultado: Do jeito que eu dormi, eu acordei, esparramado no sofá! Meu corpo estava moído, arrebentado! Mas fui trabalha, depois de um bom banho, claro!

(Caju) 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Luiz Eduardo Schechtel – DUDU

Ontem (18/11/2013) foi aniversário desse cara!
Quando esse cara me conheceu, em 1997, ele já era sucesso absoluto no rádio com o Graffite!
Na época, eu escrevia e apresentava o programa humorístico Rádio Amador, na extinta 107FM (a Rádio do Rock)!
E um dia eu tive a sorte desse cara sintonizar no meu programa e ouvir as besteiras que eu criava!
Sorte por quê? Por que ele é um dos caras que mais entende de rádio! Sua história de amor com o rádio é tão linda quanto triste!
A começar pelo começo, quando seu padrasto o expulsou de casa e ele, ainda garoto, saiu sem ter para onde ir, só com um colchão fino enrolado nas costas!
Mas Deus abre caminhos, e esse cara foi em direção à extinta rádio Terra, onde trabalhava de madrugada colocando músicas!
E o que era o seu local de trabalho, passou a ser também o seu lar, por que foi no chão do estúdio que esse cara esticou seu colchão, dormindo ali por vários dias!
A história desse cara é longa e maravilhosa! Quem sabe um dia eu conto tudo ao escrever sua biografia... Se ele autorizar!
Na verdade o problema não é ele me dar a autorização, a questão é saber se eu tenho capacidade e competência para contar uma das histórias mais bonitas que eu conheço sobre a vida de alguém!
Eu tive mais que sorte, eu tive a honra desse cara ir com a minha cara, por que depois dele ouvir o meu programa no rádio, ele quis me conhecer e insistiu comigo durante um bom tempo para que eu fosse trabalhar com ele! Isso foi em 1997! Eu, cabeça dura, resistia em aceitar o convite! Até que no ano de 2000, o Graffite recebeu uma proposta para reestrear na rádio Transamérica!
Novamente esse cara me chamou para se juntar ao trio que até então apresentava o Graffite, formado por ele, Rodrigo Rodrigues e Totonho! E felizmente, eu resolvi aceitar o convite!
E lá fui eu! E foi lá que eu conheci aquele que até hoje divide a cena comigo! Foi lá que surgiu a dupla: Caju e Totonho!
Essa é só uma das coisas que esse cara me proporcionou!
Outro exemplo de amizade e consideração que esse cara me deu, foi ter me convidado, entre tantos e tantos amigos que ele tem, para ser seu padrinho de casamento! Quanta honra!
São muitos os motivos que me levam a dedicar esse espaço do meu blog para parabenizar e agradecer a esse cara que... É o CARA!
Parabéns Dudu, meu irmão!



(Caju)

domingo, 10 de novembro de 2013

                                                                            
   COLOCANDO OS “PINGOS NOS IS” - 1

(Uma conversa entre o Travessão, a Vírgula e o Ponto Final)


Travessão (Chegando) – Boa tarde! Demorei mas cheguei...
Vírgula – Como sempre atrasado né, Travessão!
Travessão – É claro né, Vírgula, quem manda vocês marcarem reunião num lugar tão longe assim!?
Ponto Final – Nós marcamos a reunião aqui na página 70, por que fica mais central pra todo mundo!
Travessão – Pra todo mundo não senhor, Ponto Final, por que eu estava lá atrás na página 3, que fica a 15 capítulos daqui! Custei a chegar!
Ponto Final – Chega de discutir, Travessão! Agora cala a boca!
Travessão – Cala a boca, Vírgula!
Vírgula – Eu? Mas eu não to falando nada!
Ponto Final – Dois pontos!
Vírgula – Dois pontos pra mim? Oba, então tá 2 x 0 pra mim!
Ponto Final – Não é nada disso! Eu quero saber por que os Dois Pontos ainda não chegou!
Travessão – Eu tenho uma interrogação pra fazer! Isso é uma reunião ou um jogo?
Ponto Final – É uma reunião! E por falar em Interrogação, cadê o Ponto de Interrogação que também não chegou até agora?
Vírgula – Boa pergunta Ponto Final!
Travessão – Alguém viu os 3 pontinhos?
Vírgula – Eu vi Travessão! Eles estão brincando lá embaixo no rodapé da página! É melhor deixar eles quietos lá pra não perturbar a nossa reunião!
Ponto Final – Pelo jeito, a reunião vai ser só com nós três mesmo!
Travessão – Nós três não, só com nós dois!
Vírgula – Só com vocês dois? E eu? Não conta não?
Ponto Final – Também não entendi! Aqui somos três: Vírgula, Travessão e eu, Ponto Final!
Travessão – Ponto Final não senhor! Você e a Vírgula estão sentados um do lado do outro, aí vira Ponto e Vírgula! Então aqui somos dois, o Travessão, que sou eu, e o Ponto e Vírgula, que é vocês dois juntos!
Ponto Final – Então sai de perto de mim Vírgula! Senta do outro lado da mesa!
Vírgula – Posso fazer um Parêntese?
Travessão – Pode ué, o parente é seu! Mas que parente seu você tá querendo fazer?
Ponto Final – Aposto que esse parente é uma prima que ele tá querendo fazer!
Vírgula – Seu Asterisco que é prima minha, falô! Me respeita! E vamos começar logo essa reunião!
Travessão – Começa com quem?
Ponto Final – Começa sempre com o Parágrafo, mas ele não veio! Você pode começar Travessão!
Travessão – Você pode começar, Vírgula!        
Vírgula – Eu não! Ponto Final!                            
Ponto Final – Eu também não quero começar não!    
Travessão – Então eu vou colocar um Ponto Final!
Ponto Final – Vai colocar em mim porcaria nenhuma, Travessão! Vem que eu atravesso você!
Travessão – Então vem! Eu é que vou colocar um Ponto Final em você!
Vírgula – Calma gente! Será que agora eu vou ter que separar briguinha de marmanjo?
Ponto Final – Fica na sua, Vírgula! Sua função é separar frase, e aqui o papo é reto!
Travessão – Não entra no meio não, Vírgula!
Vírgula – Mas Vírgula entra sempre no meio! Por acaso você já viu alguma frase começar ou terminar com Vírgula?
Ponto Final – Aqui o contexto é outro! E foi o Travessão que começou!
Travessão – Claro! Travessão sempre começa um texto!
Ponto Final – Então porque você não quis começar a reunião?
Travessão – Aqui o contexto é outro...
Vírgula – Chegaaaa!!!! Ponto Final, faz um favor pra mim?
Ponto Final – Se eu puder, eu faço!
Vírgula – Você pode! Só você pode fazer o que eu vou te pedir!
Ponto Final – Fala...
Vírgula – Põe um ponto final nessa discussão e acaba com essa briga! As letras aqui da página 70 já estão todas amontoadas, uma em cima da outra, só pra ver o que tá acontecendo!
Ponto Final – Tá bom, tá bom...
Travessão - Então, está encerrada a briga, a discussão e a reunião... que nem teve! 

(Caju)


domingo, 3 de novembro de 2013

BONZINHO...


Eu não sou bonzinho! Não me chame de bonzinho!
Jamais use esse termo para se referir a mim!
Não vou admitir tamanha ofensa!
“Bonzinho” é aquele que é quase bom, mas não é bom, é “bonzinho”!
Não é nem mais, nem menos, é um mais ou menos!
Não é oito nem oitenta, é um simpático zero à esquerda!
Não é quente nem frio, é morno!
Não é preto nem branco, é amarelo!
A palavra: “bonzinho”, é um insulto disfarçado de elogio, é um adjetivo pejorativo, é o diminutivo de “bom”, ou seja, fulano é mediocremente “bonzinho”!
Se não alcancei o status de “bom”, que eu seja considerado “mau”, mas “bonzinho” não!



(Caju)

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

FALANDO DO BICO PRA FORA!
(Parte 1)

Sempre no mesmo dia (às sextas-feiras), na mesma hora (final da tarde) e no mesmo local (uma frondosa árvore) eles se reuniam para molhar o bico.
Eram muitos, chegavam aos bandos. Até quem não era convidado aparecia pra dar uma bicada, aliás, o que não faltava era bico.  
Mas qualquer um que aparecesse por lá era recebido de asas abertas.
O papagaio chegou falando igual maritaca, nervoso, por que ele veio voando para o encontro e não sabia que tinham colocado pardal pelo caminho que ele sempre costumava fazer!
O periquito chamou o papagaio de curió, por que todo mundo sabe que tem pardal pra todo lado! O papagaio falou pra ele sossegar a periquita! A garça achou graça! O papagaio, irritado, mandou a garça dá no pé!
A garça respondeu:
- “Quem dá o pé aqui é você Lôro”!
O papagaio xingou:
- “Eu vou dá é no pé do seu ouvido”!
O ganso tratou de alertar o papagaio:
- “Cuidado com a lei Maria da Pena”!
O papagaio ficou irritado com o ganso:
- “E se bobear eu ainda te afogo, ganso”!
Enquanto isso, lá em cima na copa (da árvore), o passo-preto ia dar o primeiro passo pra cantar a ararinha-azul, quando o azulão, marido dela, chegou! O azulão ficou vermelho de raiva e o passo-preto ficou com o tuiuiú na mão!
Lá embaixo, no pé da árvore, a galinha tava com o ovo atravessado por que não conseguia subir até os galhos. O tucano, que já estava bicudo, gritou lá de cima para a galinha ouvir:
- “Deus não dá asa à cobra”!
A galinha gritou de volta:
- “Mas eu não sou cobra, eu sou uma galinha”!
O tucano cutucou de novo:
- “Tô ligado que você é uma galinha... Tá procurando o pintinho”?
- “Pro seu governo tucano, fique sabendo que o pintinho foi ver o pai dele jogar bola”!
- “Foi ver o galo jogar? Tadinho, vocês não tem dó dele não?”.
- “Eu tenho pena é de você que vai ficar todo despenado quando cair  esborrachado aqui no chão, por que você tá bicudo”!
 - “Abaixa a crista aí galinha! Fica calma que logo passa uma cobra aí arrastando a asinha pro seu lado!”.
A galinha ficou puta da vida, mas deu o troco:
- “Cobra arrastando a asinha pro meu lado? Deus não dá asa à cobra, esqueceu?!”.
O avestruz, que estava lá embaixo ao lado da galinha, soltou uma gargalhada. O tucano, bicudo, quis saber:
- “Quem é esse pescoço que tá bicando a conversa e rindo aí?”.
O sabiá, ressabiado, suspirou: “Ave Maria...”.
“Ave Maria não, avestruz, eu sou um avestruz”, veio à voz lá de baixo.
Mas bate-boca, ou melhor, bate-bico, era normal de acontecer nesses encontros, afinal de contas, a reunião era regada a muita água que passarinho não bebe e muita música!
E dessa vez, o show ficou por conta da dupla Pica e Pau, que agitou a galera cantando o sucesso “Hoje a jiripoca vai piá”!
Em meio aquela festança toda, o joão-de-barro, pedreiro de mão cheia, só estava interessado em dar os últimos retoques na sua casa.
Na verdade ele tava enfeitando o pavão, por que sua casa já estava prontinha para morar... Só faltava uma companheira.


(Continua)